segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

medo

Medo. Eu estava com medo. Eu estive com medo. Eu estou com medo. Medo é o que tem me definido. Até quando sentirei medo? Medo do quê? De quem? Por quê?

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

feels like pain to my brain

and we tried so hard
and we looked so good
and we lived our lives in black
but something about you felt like pain
you were my sunny day rain
you were the clouds in the sky
you were the darkest sky
but your lips spoke gold and honey
that's why i'm happy when it rains

quarta-feira, 8 de julho de 2009

esquizofrenia

Esse post será meio esquizofrênico, porque eu resolvi entrar no meu próprio blog depois de meses e ler tudo que escrevi. Até aí tudo bem, mas o que caracteriza a esquizofrenia desse ato é que eu resolvi opinar a respeito do blog. Sim, opinar. Eu quero dar minha opinião a mim mesmo, e sei que agora é o tempo certo para isso.

Tudo que eu poderia dizer a respeito desse blog é que: ele é deprimente. Admito que me deparei com umas coisas boas até, mas muita coisa foi na pura picaretagem de utilizar elementos modernos que já viraram clichês, numa tentativa inconsciente de fazer algo parecido com Caio Fernando Abreu ou similar.

Parece que o que conseguiu-se escrever de bom foi apenas sensações derivadas de momentos melancólicos e profundos. Nada derivado de uma reflexão ou de uma arte elaborada. Penso que o autor deveria aprender a escrever também em momentos de felcidade, euforia ou paz de espírito; só assim conseguiria assumir minha possível arte como uma arte, e não apenas uma tentativa.

De qualquer maneira, apesar de achar tudo isso aqui mei deprimente demais, deixo um recado para eu mesmo ler depois: exercite sua narrativa e sua capacidade de fazer fluxos de consciência e prosas poéticas. Com um exercício constante, você conseguirá ser competente, não tenho dúvidas disso. Talento você parece ter, rapaz. Tudo aqui é muito visceral e você pode usar isso a seu favor. Depende apenas de você.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

northern star

Ela saiu correndo desesperada para qualquer direção. Disseram-lhe que estariam no fim do caminho esperando por ela, e que não importava o caminho que tomasse, ela chegaria a eles ao mesmo jeito. Quem disse? Os anjinhos, ora essa, os anjinhos que salvarão a minha vida, eles me disseram. Resolveu então seguir o caminho dos seus impulsos, o aleatório instintivo que temos quando fugimos de alguma ameaça mas não sabemos exatamente para onde ir. Ela acreditava nos pequenos seres que existiriam lá longe e então corria, corria, corria, ora, eles existem! Ora essa, por que não existiriam? Se eu penso neles e eles possuem formas e falam comigo e executam ações, por que não existem? Se algo existe na imaginação é porque existe na vida real; você não pode imaginar algo que não existe. E então corria, e se a vida tivesse uma trilha sonora talvez estivesse tocando uma sinfonia bonita e trágica com vários instrumentos, dos quais não tinha conhecido a respeito dos nomes, mas sabia que também existiam, pois emitiam sons maravilhosos, e uma batida a cada passo, pa, pa, pa, pa, pa, e uma melodia percorrendo as batidas, enlançando-as, amarrando-as e desamarrando-as em luz e silêncio e violência, e então ela corria mais, e não chorava porque chorar era pra quem está triste; ora, vamos economizar as lágrimas do mundo! Eu sei que sou feliz! Todos me disseram o contrário mas eu sei que sou, eu sei que encontrarei os anjos e lá serei feliz, lá serei um pequeno anjinho, lá serei uma reluzente estrela, apontando para o norte, sempre para o norte... Me disseram que o norte significa direção correta e algo de positivo embutido no significado, talvez seja, talvez não, mas eu serei uma estrela do norte imponente e doce e suave e eterna e constante no céu escuro, ainda que não exista constância no meio do nada; e ela pensava, serei feliz, serei feliz, serei feliz, não importa o tanto que tenha que correr para...

Morreu correndo. E não houve mais estrela do norte desde então.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

lumière

Era daqueles que possuiam a força da luz; a beleza da claridade psicológica, a influência positiva sobre os mínimos detalhes do ambiente. Era daqueles que sorriam enquanto falavam, tornando a comunicação tão macia, tão gostosa, tão humilde. Aquele sorriso sincero, íntegro, inexplicavelmente desenvolto pela ação do tempo.

Ah, o tempo. O maldito e maldoso tempo, menino mal-criado, inventado por Deus para trazer um pouco de sofrimento, um 'cadinho de saudade, para que não sejamos sempre tão vazios e fúteis. Para que possamos reconhecer a dor e assim derrotá-la apropriadamente. O maldito tempo, criança chorona e incontrolável, insatisfeita, insaciável, insolúvel.

Ele teria dito enquanto sorria, teria dito milhares de coisas porque as palavras eram assim naturais, desprovidas de esforço; ele teria sorrido e dito, com o olhar sábio de quem não necessita de vaidade para provar-se absoluto: "ah, o tempo? O tempo demarca o espaço e o espaço demarca a ação. A ação demarca o espírito e o espírito demarca o cérebro. Já o cérebro, por sua vez, não demarca; ele remarca, e então desmarca."

Ele teria dito, sim.

Mas o que eu teria dito?