quarta-feira, 9 de maio de 2007

.I Wish I.

Recuso qualquer espécie de discurso intenso/explosivo/venenoso por hoje.

Adoraria absorver toda a frieza do universo para dentro do meu cérebro. Não para a eternidade; alguns minutos ou horas seriam suficientes para o meu equilíbrio. Queria ser uma molécula de água abaixo de zero graus celsius. Bem abaixo. Gostaria de não sentir nada, nem meu amor, nem meu rancor, nem meu patético platonismo e essa tempestade de emoções destrutivas que contribuem para essa enchente de insanidade dentro de mim.

Renunciaria a tudo pela minha individualidade. Não depender mais de emoções baratas e ridículas que me sustentam e me destroem. Mas estaria eu falando a verdade? Estaria eu tão amadurecido que alcançara o conceito de renúncia como algo digno de reconhecimento divino? Seria eu, pois, tão infantil assim?

Queria um sono sem sonhos conflitantes. Queria abrir meus olhos bem devagar pela manhã e observar a luz [fria] perpassar minhas pálpebras, invadir meus olhos e fazer arder minha retina. Queria aspirar o ar até os pulmões e sentir o oxigênio circular no sangue e chegar às células. Respiração celular. Queria ser uma cé.lu.la. Queria ser apenas a soma de todas as minhas células, e nada mais que isso. Existir mecanicamente por alguns segundos, ser uma máquina que outrora fora frutro de uma mal-sucedida experiência de inteligência artificial.

Cogito, ergo sum; queria que tal frase fizesse sentido. Queria que o racionalismo fosse racional. Queria olhar seu maldito sorriso a quilômetros de distância e captar sua alegria sem me envolver, considerando que você é apenas uma pessoa entre mais de seis bilhões e que sua existência é facilmente substituível. Queria olhar sua foto e não pensar na sua voz - que eu nunca ouvi - me dizendo coisas ao pé da orelha, queria não sentir seu toque imaginário, suas mãos na minha, nós dois como um só.

Mas nem minhas recusas nem meus desejos deixam de ser apenas recusas e desejos. E de quem é a culpa?... Deus? Sociedade? Genética? Sua?

Não. Primeira pessoa do singular, as always.


[não sei mais o que eu queria.]

3 comentários:

Sam V. disse...

quanto melodrama. eu sou mesmo insuportável.

bruna disse...

muh muh. que te dizer? relaxa e seja feliz

ai que palha

Sam V. disse...

q