terça-feira, 11 de dezembro de 2007

little middle nothing

Era uma pequena e pacata cidade no meio do nada. Era uma cidade pequena no meio do nada pacato. Era uma meia cidade pacata e nada pequena. Era uma pequena no meio da nada pacata cidade. Era uma meio pacata no nada da pequena cidade.

(Era um nada no meio da pacata e pequena cidade.)

terça-feira, 30 de outubro de 2007

e você, que foi três almoços, uma pitada de simpatia, um olhar, cinco olhares e muita paranóia? você vive dentro de mim, você ilumina as coisas, você me faz um tanto mais vivo. um tanto de megalomania da minha parte seria admitir que eu me sinto potencialmente único na sua existência talvez triste e limitada - mais um desejo do que uma sensação, mas lá no fundo deve ser sensação. no fundo do quê? não sei. não sei se tenho fundo. bem, eu sei que toda a simpatia e o empenho em ter satisfeito um simples desejo meu era algo que você faria por qualquer outra pessoa naquele recinto, sem distinção. mas foi tal ato singelo e besta e dispensável e comum e simples demais que me fez pensar em certas coisas, e eu observo o seu jeito de olhar, sua estatura baixa, sua barba por fazer, seus cabelos claros, olhos claros e brilhantes e magneticamente tristes e... nem perguntar seu nome eu pude.

mas saber seu nome ou saber da sua vida anularia toda a mágica das edições desse fantástico episódio na minha vida. eu poderia tentar me aproximar, exprimir meu desejo, mas ou você não daria a mínima e me consideraria um doente mental, ou tudo se realizaria e os meus sentimentos virariam apenas tesão contido e mal satisfeito. isso esgotaria minha alma depois de um tempo, e o que acreditei ser eterno não mais seria. ficaria no campo das coisas findas da minha memória.

real, logo substituível.
platônico, logo eterno.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Das Aprendizagens e Necessidades

Um dia você aprende a andar sozinho, e que você não necessariamente se torna uma ilha por causa disso: mas há, sim, necessidade de saber andar sozinho, ainda que tendo companhia seja melhor, ainda que tendo apoio seja mais fácil, ainda que tendo amigos seja mais feliz; mas, de qualquer maneira, as pernas são suas.

Um dia você resolve que realmente precisa de E S P A Ç O, e é triste saber que muitas pessoas não interpretam isso bem, e é infeliz saber que os outros fazem má idéia disso, achando que você se tornou frio malvado maquiavélico egoísta matador de velhinhas canibal, e é aterrorizante saber que a opinião dos outros sobre seus atos não é assim tão boa, ainda que ninguém tenha coragem de te dizer isso abertamente.

Preciso de outras pessoas, sim, preciso de apoio, é claro, preciso de amigos, obviamente, preciso de um amor, sim, preciso, mas antes de tudo: preciso de espaço.

Preciso de mim mesmo.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

CLove!me

Aí eu penso nos anos do post anterior. 2003, 2004, 2005. 2006. Tempo demais. Perdido. Ou não. Compensa?

Vamos, 2007, traga algo de mais emocionante.

(E aí lembro-me de que estamos em julho e talvez seja tarde demais. E aí penso: deixa pro próximo ano. E até quando vou procrastinar isso? Não sei, realmente, e escrever nesse blog tem se tornado uma terapia, ainda que ninguém comente e seja tudo tão sem sentido algum. Anyway.)



"(...)

Seu pequeno mundo doce é podre até o miolo, eu não sabia que você tinha nascido sem alma. Eu tenho vozes gritando dentro da minha cabeça; você está batendo uma na sua cama? Isso não é punk, isso não é legal, tampouco é entediante, e não é o Eminem que vai me salvar.

É a vida real, eles tentaram roubar minha alma, e eu tenho pílulas porque sou famosa, tenho pílulas porque você está velho, tenho pílulas porque sou loira, tenho pílulas porque você está morto, tenho pílulas porque sou a pior e a mais bem vestida, tenho pílulas porque me sinto com mais de 21, tenho pílulas porque você não é o tal; (...) eu tenho pílulas porque você é gordo, e eu tenho pílulas porque estou entediada.

(...)"


Foi Courtney.
Mas poderia ter sido eu.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Once.

Um dia você me ensinou o que era vida, no outro você acabou com a vida das pessoas ao seu redor mas manteve a minha intacta, e no dia seguinte eu acabei com a sua. Admira-me muito que alguém tão sem expectativas e tão sem auto-estima e intrinsecamente medroso como eu tenha conseguido fazer tudo aquilo, mas eu fiz, eu não deixaria de fazer apenas para satisfazer seu desejo egoísta de conquistar mais um troféu para sempre. Fui sim perverso, fui mau, mas foi muito bom, foi a melhor coisa do mundo agora que sou mero expectador do passado, e acho sim que há algo de morbidamente diabolicamente egoisticamente feliz em ser mau algumas vezes na vida e, de qualquer maneira, você não merecia muito mais do que isso, não por mim, não por você, não por nós, mas por tudo e pela vida e pela existência. E na verdade nem eu merecia bondade e compreensão, aliás, alguém ali merecia?

E você, que em pouco tempo se tornou a pessoa mais importante da minha vida? Eu faria de tudo, simplesmente desejei fazer de tudo pra te ver feliz e bem, mas as pessoas mudam, o mundo se transforma e você me excluiu da sua vida com um simples botão de excluir. Machucou, fez ferida, uma dor pungente como dor de dente, mas você não sente nada, não é mesmo? Chorei como um bebê quando vi que a importância de tudo aquilo tinha se perdido, mas no fundo você era mais inteligente, no fundo você entendia que a vida não era feita só de lamentações e afetos sem sentidos e descrições desnecessárias e planos que serviriam apenas para se quebrar a cara e perceber que eram em vão e que a vida era muito mais complexa do que aquilo. Perdi, mas ganhei muito, ganhei horrores, tornei-me de certa forma a mais afortunada das pessoas, ainda que sofresse mais que muita delas. Ah, a veia dramática impossível de se conter...

E você, inverno gelado de um ano que nem me lembro, e que foi tão belo e tão compreensivo e tão cheio de vontade de preencher minha vida com sensações boas e momentos indescritíveis, ah, você, que joguei fora por um equívoco e voltei atrás por um equívoco ainda maior. Também aprendi que há muito mais do que confusões e que há muito a aprender quanto a uma coisa que se chama: controle. Não se tem durante a infância. Ainda não estava completamente preparado, ainda não dominava sequer um quarto de todo meu potencial impulsivo, por isso posso dizer que fui o mais tolo dos mortais, por tudo tudo. Nunca havia reparado nisso, mas sua inteligência emocional era bem maior que a minha, você me fez aprender sem nem notar que estava ensinando algo, e acho isso um fato mágico. Tudo foi do jeito que tinha que ser, pois no fundo sabia que não era feliz, não éramos felizes, nunca seríamos. Deixei você ir embora, não para sempre, mas deixei. O tempo passou, e me sinto completo, acho que você está completo, acho que a vida é tão vazia que completa a si mesmo sem exigências demais. Né?

É tudo tão passado e tudo tão presente, aliás, qual a diferença?

It's your life
It's your party
It's so awful.

domingo, 8 de julho de 2007

Tears.

e se as lágrimas fossem doces, gostaria eu mais de chorar ou cansaria eu de chorar tanto? não acho que elas devam ser sempre salgadas, e não gosto desse fixismo da minha vida, não gosto mesmo, desgosto bastante, não que seja um fato extraordinário mas isso tudo é muito infeliz, mas ainda bem que elas são salgadas, mas por que são amargas, por que não são azedas, por que tudo isso?

maybe this time it won't heal
maybe this time it will bleed until I'm free~

terça-feira, 3 de julho de 2007

C..., B..., A.

Posso fechar os meus olhos e encontrar a melodia do fundo da minha alma. Posso fechar meus olhos e sintetizar a cega visão que tenho. Melancólica, lânguida e patética. Aqueles dias em que tudo era o prazer da conversa, que de prazer não tinha nada, pois tudo já havia sido perdido há tempos. Aqueles dias em que me esforçava em fazê-la sorrir, aqueles dias em que me matava por dentro para ser algo de útil, aqueles dias em que me rebaixava a pouco, a quase nada, a um nada exageradamente pequeno, talvez porque você fosse tão grande e assustadora e amedrontadora e fucking special que eu era mesmo um nada em contraste ao tudo de sua presença.



Clementine encontrava-se deitada no chão frio, as costas magras e nuas em contato com o piso de seu quarto e os olhos fixos na luz forte acima de si. Concentrada naquele clarão branco, de duas uma: ou conseguiria, de uma vez por todas, chorar e colocar toda sua dor para fora, ou esqueceria toda sua vida, desvanescendo por entre os raios de luz do sol artificial que pairava sobre sua cabeça. O som estava ligado, a triste melodia preenchia todo o ar com seu aspecto cinzento e repugnante, e Clementine mal sabia que música estava tocando, mal sabia se gostava ou não, mal sabia o que estava acontecendo, era uma pequenina alma errante em seu próprio mundo, onde oxigênio era sentimento e a luz era razão, mas o mundo era escuro, não importasse a quantidade de luz que tentasse absorver da dimensão exterior.



Frio. Quarto. Chão. Nudez. Luz. Claro. Abertura. Irritação. Dor. Repressão. Esquecimento. Vida. Som. Melodia. Tristeza. Cinza. Melancolia. Languidez. Sufoco. Não. Nunca. Jamais. Lixo. Incapacidade. Lágrimas. Vergonha. Aurora. Nada. Ódio. Vidro. Cacos. Rasgos. Sangue. Sorriso. Gargalhadas. Grito. Cortes. Demônio. Vazio. Apatia. Enjôo. Vômito. Superfície. Soluços. Escuro.

Clementine, you fucking bitch,
Well I hope your insides rot.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

A Pseudo-Aspirante a Psicopata da Biblioteca Infantil.

Irradiando a incrível alegria dos primeiros anos de vida, as criancinhas adentraram a biblioteca, correndo e fazendo barulho. A tímida e recatada bibliotecária logo chamou a atenção dos pequenos homenzinhos e mulherzinhas, em tom de falsa autoridade, dizendo que era proibido correr. Falsa autoridade, sim, pois era óbvio que a aspecto introspectivo daquela moça baixinha e sardenta não reprovava, de fato, a atitude ousada de correr e fazer barulho, ainda que ela soubesse que os meninos poderiam se machucar em uma possível queda.

("Besteira. Machucar faz bem ao caráter!", tinham lhe dito. Mas ela não entendera muito bem o propósito daquela afirmação, ou talvez não quisesse entender. De qualquer maneira, não parecia muito saudável pensar nisso.)

Fingira braveza, sim; como poderia ir contra algo que, secretamente, era sua maior ambição? Como poderia se opôr de forma sincera a um ato almejado pelos seus desejos mais escondidos, mas que não era efetivamente colocado em prática devido ao medo?

Ah, o medo. O medo de agir de acordo com sua própria vontade, o medo de ser notada, o medo de rasgar as cordas vocais ao gritar por socorro, o medo de correr. A corrida era para ela uma representação dos seus desejos e uma libertação de seus receios; é claro que poderia correr por medo, mas ainda assim seria um ato louvável, pois denotaria, senão uma vontade interior, uma resposta ao exterior; ou até um simples reflexo.

Correr era viver. Ela não tinha lá muita consciência se vivia ou não. Pessoas não a deixavam viver, mas seria ridículo agora colocar a culpa em cima dos outros; não, ela tinha consciência da sua grande parcela de culpa naquela situação toda. Não corria porque deixava paralizarem-se as próprias pernas, não vivia porque não se permitia à força de vontade necessária para tal. Ela era ridícula, um dejeto humano, um lixo hospitalar, nada menos.

Queria, desesperadamente, ser como aquelas crianças. Queria, desesperadamente, voltar a ser aquelas crianças; lembrava-se, vagamente, de sua infância, quando a vida ainda era felicidade e ausência desses complexos idiotas. Fora uma daquelas crianças, e provavelmente cometera suicídio e fora enterrada como indigente em um cemiteriozinho qualquer.

Ficara sabendo, em um jornal por aí, de um assassino que tinha sido preso. Era um travesti psicopata que matava mulheres consideradas sensuais, das quais ele sentia profunda inveja. Tinha sido preso na semana passada, e assumira todo o crime falando friamente, sem demonstrar qualquer tipo de sentimento. Matar pessoas, isso já tinha passado rapidamente pela cabeça dela, algumas vezes. Mas não era muito freqüente. O medo entra, aqui, de novo. E, se fosse seguir o caso do tal serial killer, que matava pessoas das quais sentia inveja, ela teria que matar as pobres criancinhas.

Ok, não. Não sentia essa inveja negativa de espíritos destrutivos que sentem aversão aos próprios desejos; não, não e não. A aversão que ela sentia era pelo o que ela tinha se transformado, e não pela autonomia que deseja conquistar.

Bem, pelo menos ela ainda não era uma psicopata.

...

O fato de ainda não ter matado alguém seria algum sinal de que não estava completamente perdida ainda? Seria isso um sinal? Lançou a pergunta para si mesma, mas a pergunta bateu nas paredes de seu cérebro e voltou da maneira maneira. Eco. Eco. Oco. Sua cabeça era oca, e suas perguntas não eram possuiam respostas; enfim, quanto ao caso de ser ou não psicopata, não chegou à conclusão alguma. Talvez não fosse sinal de absolutamente nada, e ela estivesse apenas filosofando coisas bestas só para amenizar a própria dor de não existir. Com certeza devia ser isso.

As criancinhas então escolheram, cada uma, um livro de histórias infantis que a jovem bibliotecária colocara na estante. Era inacreditável observar a euforia dos sorrisos e a explosão de brilhos nos olhinhos dos pequenos humanos ao escolher uma história da qual gostavam bastante. Era uma verdadeira epifania de felicidade, um êxtase, um orgasmo múltiplo infantil.

E depois de escolher os livros dos quais gostavam, as crianças saíam pela mesma porta, correndo da mesma maneira e fazendo a mesma quantidade de barulho. Sentiu um aperto no peito, como se uma parte de si estivesse indo embora para sempre e ela nada pudesse fazer para voltar atrás; e assim se sentiu, até que o pezinho da última criança desapareceu através da porta.

Sentia uma afeição por aquelas crianças, estava realmente feliz por elas estarem felizes, mas não estava feliz por si mesma. Olhava pra dentro e a única coisa que enxergava era seu aspecto absurdamente destruído. Devia ser essa a agonia dos espíritos que morreram e ficaram presos ao lugar onde nasceram, sem que ninguém os enxergue, sem que ninguém se comunique, sem nada além de pensamentos e abstração. Estava em pedaços.

Ela poderia ter chorado todas as lágrimas possíveis, ela poderia ter derramado todos os rios do mundo tamanha a dor que sentia ao observar aquela cena; no entanto, nem para isso servia. Se a vissem chorando, não saberia como explicar os motivos, e isso seria um verdadeiro desastre. Então ela fez força com os olhos, comprimiu a boca e engoliu, forte. Colocou para dentro toda a angústia que deveria ter vomitado, colocou tudo para dentro e agora só restava seu corpo ser corroído por tudo aquilo.

...

"Quem me dera ser psicopata", pensou consigo mesma.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

they let Lisa go blind.

Quem me dera saber explicar, quem me dera saber usar as palavras. Eu fecho os olhos, eu ouço batidas preto e branco, eu ouço melodias escuras, coisas são calmas, agora rápidas, barulhentas, agora paradas vermelhas e nojentas e elas explodiram e elas simplesmente não existem mas existem tanto e tanto e tanto. Estou me martelando por dentro, venha retirar meus parafusos, venha retirar meus malditos pregos, chupe todo o meu sangue, retire isso de uma vez só, venha engolir minha dor e digeri-la para sempre, guarde-a dentro de você, mas não a sinta. Quem me dera saber que tudo é tão fácil e dois mais dois é igual a quatro e tudo isso aí vai passar e não vai passar e eu não sou eu mesmo. Por que as coisas vem e vão? Queria que você me explicasse. Por favor. Venha. Está frio, meu cérebro está congelando e ainda que estivesse em 50 ºC o frio seria exatamente o mesmo. Não quero ser estático. Não me deixe ser estático. Não deixe. Por favor.

domingo, 20 de maio de 2007

Clementine

Da série: coisas ruins que escrevi completamente bêbado.





Clementine fingia ignorar as regras do jogo. Não era conveniente para seu próprio embasamento e orgulho moral seguir os estúpidos padrões. Era utópica, da primeira à última célula de seu corpo, em sentido vertical. Mas Clementine não sabia para onde ir. Não sabia. Reviveu suas memórias e chegou à triste conclusão de que não havia conclusão alguma. E nem sentimentos, nem emoções, nem razão. Quem é Clementine? Ninguém respondeu. Há! Justificável. Ninguém responderia, nunca, e o jeito agora era se acomodar a esses vazios que sucedem as indagações. A existência de Clementine era utópica demais para tratarem com respeito ou sanidade.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Cubículo

Em cima da sua cama, nem totalmente deitado nem propriamente sentado; lá se encontra você. Ao olhar para frente, suas noções geométricas fazem-lhe enxergar um quadrado cujos lados são as arestas iluminadas formadas entre o teto e as paredes, envoltos em constante penumbra.

Engraçado você sentir a dor da dúvida e da solidão, sentir o frio e a tristeza acomodando-se dentro de você - haveria lugar mais confortável? -, e curioso você saber que percorrendo as arestas de seu quadrado-teto sempre no mesmo sentido, você chegará sempre ao mesmo lugar. O ciclo tem significativos desvios, mas essas quebras de noventa graus são sempre iguais, de qualquer maneira.

Há mais cinco quadrados, e você está deliciosamente comprimido em um cubo, agora. Arremesse suas lágrimas, cuspa sua risada. A dimensão de seus burros pensamentos humanos é grande demais, perto dessa prisão que é nada mais que o seu mundo.

[Chaparam o planeta igualmente, em seis lugares proporcionais, eqüidistantes do centro, de forma que as arestas que se encontram nos mesmos planos sejam sempre perpendiculares. Depois comprimiram a matéria toda ao máximo que puderam, e quando não havia lugares para onde fugir, jogaram você lá dentro e te avisaram que este agora é o seu mundo.]

Milhões de quilômetros quadrados, porções de terras e continentes, oceanos, formato oval? Besteira. Seu mundo é um maldito cubículo, eventualmente escuro, medonho por associação. Você o teme. Você teme suas emoções ligadas a ele.

Seu pedaço de matéria pequena e inútil.

domingo, 13 de maio de 2007

[ Talvez seja ]

Talvez seja falta de amor, talvez seja falta de carinho, talvez seja falta de sexo, talvez seja falta de bom senso, talvez seja falta de inteligência, talvez seja falta de drogas, talvez seja falta de sentidos, talvez seja falta de objetivos, talvez seja falta de vergonha na cara, talvez seja falta de mim mesmo.

Talvez seja falta de existência.

N.ã.o.C.o.n.s.i.g.o.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

.I Wish I.

Recuso qualquer espécie de discurso intenso/explosivo/venenoso por hoje.

Adoraria absorver toda a frieza do universo para dentro do meu cérebro. Não para a eternidade; alguns minutos ou horas seriam suficientes para o meu equilíbrio. Queria ser uma molécula de água abaixo de zero graus celsius. Bem abaixo. Gostaria de não sentir nada, nem meu amor, nem meu rancor, nem meu patético platonismo e essa tempestade de emoções destrutivas que contribuem para essa enchente de insanidade dentro de mim.

Renunciaria a tudo pela minha individualidade. Não depender mais de emoções baratas e ridículas que me sustentam e me destroem. Mas estaria eu falando a verdade? Estaria eu tão amadurecido que alcançara o conceito de renúncia como algo digno de reconhecimento divino? Seria eu, pois, tão infantil assim?

Queria um sono sem sonhos conflitantes. Queria abrir meus olhos bem devagar pela manhã e observar a luz [fria] perpassar minhas pálpebras, invadir meus olhos e fazer arder minha retina. Queria aspirar o ar até os pulmões e sentir o oxigênio circular no sangue e chegar às células. Respiração celular. Queria ser uma cé.lu.la. Queria ser apenas a soma de todas as minhas células, e nada mais que isso. Existir mecanicamente por alguns segundos, ser uma máquina que outrora fora frutro de uma mal-sucedida experiência de inteligência artificial.

Cogito, ergo sum; queria que tal frase fizesse sentido. Queria que o racionalismo fosse racional. Queria olhar seu maldito sorriso a quilômetros de distância e captar sua alegria sem me envolver, considerando que você é apenas uma pessoa entre mais de seis bilhões e que sua existência é facilmente substituível. Queria olhar sua foto e não pensar na sua voz - que eu nunca ouvi - me dizendo coisas ao pé da orelha, queria não sentir seu toque imaginário, suas mãos na minha, nós dois como um só.

Mas nem minhas recusas nem meus desejos deixam de ser apenas recusas e desejos. E de quem é a culpa?... Deus? Sociedade? Genética? Sua?

Não. Primeira pessoa do singular, as always.


[não sei mais o que eu queria.]

terça-feira, 8 de maio de 2007

Explodir-Implodir

...
..
.

Implosões. É o que acontece quando se deixa de explodir e faz da sua mente uma caixa onde você guarda tudo e não mostra pra ninguém. A chave da caixa ninguém sabe onde está. Nem Deus. Aí você pensa: porra, enganei até a Deus! É, talvez sim. Ou talvez seu ego seja tão grande a ponto de achar isso, uh?

Implosões, pfff... A matéria se comprimindo cada vez mais, cada vez mais... e você, cada vez menor. Um nada. O nada. Bem em frente à sua fuça, gritando, se mexendo, contorcendo e rindo da sua cara de otário.

O maior favor que você faz à humanidade é justamente implodir. Mas faça um favor a si mesmo pelo menos uma vez na vida e exploda, Samuel Vítor.



PS: Pelo menos meus textos são explosões. Resta eu.


[Disciple - Slayer]
~God hates us all.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Present day, present time

Certo. Você pára em frente a tela de um computador, as pernas inquietas, a mente inquieta, o mundo inquieto. Adoraria se expressar, precisa se expressar. Mas onde estão as luzes? O calor da luz dos seus pensamentos mais insanos, a explosão de luz a cada vontade que necessita ser saciada, toda a luz e seu processo exotérmico... Mas em você é um processo endotérmico, não é mesmo? Hmpf. Toda essa fachada extrovertida e totalmente aberta às coisas; a quem você quer enganar?

present day. present time. mwahahaha!

Sim, você se sente como se fosse a Lain de Serial Experiments Lain. Toda introvertida e alienada e cheia de segredos [ou simplesmente livre de todos eles]. Sabia que existe outra Lain? Ela anda por aí. Ela não é como você. Mas você nem teve tempo para reparar, não é mesmo? Te disseram que você pode viver muito bem sendo assim, que isso preserva você de várias coisas, mas... Pra falar no popular: como isso cansa, puta-que-o-pariu.

...

Não tenho intenção alguma de ser objetivo, mesmo. Quem acha que vai suportar, siga em frente.



[Cross Out The Eyes - Thursday]

De Nascimentos e Improbabilidades

Esse é o post de inauguração de um blog que muito provavelmente será abandonado dentro de poucos meses devido à falta de escrúpulos de seu dono.

Beijos.