terça-feira, 30 de outubro de 2007

e você, que foi três almoços, uma pitada de simpatia, um olhar, cinco olhares e muita paranóia? você vive dentro de mim, você ilumina as coisas, você me faz um tanto mais vivo. um tanto de megalomania da minha parte seria admitir que eu me sinto potencialmente único na sua existência talvez triste e limitada - mais um desejo do que uma sensação, mas lá no fundo deve ser sensação. no fundo do quê? não sei. não sei se tenho fundo. bem, eu sei que toda a simpatia e o empenho em ter satisfeito um simples desejo meu era algo que você faria por qualquer outra pessoa naquele recinto, sem distinção. mas foi tal ato singelo e besta e dispensável e comum e simples demais que me fez pensar em certas coisas, e eu observo o seu jeito de olhar, sua estatura baixa, sua barba por fazer, seus cabelos claros, olhos claros e brilhantes e magneticamente tristes e... nem perguntar seu nome eu pude.

mas saber seu nome ou saber da sua vida anularia toda a mágica das edições desse fantástico episódio na minha vida. eu poderia tentar me aproximar, exprimir meu desejo, mas ou você não daria a mínima e me consideraria um doente mental, ou tudo se realizaria e os meus sentimentos virariam apenas tesão contido e mal satisfeito. isso esgotaria minha alma depois de um tempo, e o que acreditei ser eterno não mais seria. ficaria no campo das coisas findas da minha memória.

real, logo substituível.
platônico, logo eterno.