segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

lumière

Era daqueles que possuiam a força da luz; a beleza da claridade psicológica, a influência positiva sobre os mínimos detalhes do ambiente. Era daqueles que sorriam enquanto falavam, tornando a comunicação tão macia, tão gostosa, tão humilde. Aquele sorriso sincero, íntegro, inexplicavelmente desenvolto pela ação do tempo.

Ah, o tempo. O maldito e maldoso tempo, menino mal-criado, inventado por Deus para trazer um pouco de sofrimento, um 'cadinho de saudade, para que não sejamos sempre tão vazios e fúteis. Para que possamos reconhecer a dor e assim derrotá-la apropriadamente. O maldito tempo, criança chorona e incontrolável, insatisfeita, insaciável, insolúvel.

Ele teria dito enquanto sorria, teria dito milhares de coisas porque as palavras eram assim naturais, desprovidas de esforço; ele teria sorrido e dito, com o olhar sábio de quem não necessita de vaidade para provar-se absoluto: "ah, o tempo? O tempo demarca o espaço e o espaço demarca a ação. A ação demarca o espírito e o espírito demarca o cérebro. Já o cérebro, por sua vez, não demarca; ele remarca, e então desmarca."

Ele teria dito, sim.

Mas o que eu teria dito?

Um comentário:

bruna disse...

nem sei porquê, sweetie. te amo.